As cinzas utilizadas na celebração são tradicionalmente obtidas a partir da queima dos ramos bentos no Domingo de Ramos do ano anterior. Elas representam a fragilidade humana, o arrependimento e a necessidade de conversão. Durante a imposição das cinzas, o sacerdote ou ministro leigo pronuncia frases como: "Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar" ou "Convertei-vos e crede no Evangelho", reforçando a mensagem de penitência e renovação espiritual.
O uso das cinzas na testa tem um duplo significado: ao mesmo tempo em que é um sinal visível de fé e humildade, também simboliza a efemeridade da vida e a importância da busca pela santidade. A tradição tem raízes bíblicas e históricas, remontando ao Antigo Testamento, quando o uso de cinzas e o vestuário de saco eram formas de demonstrar arrependimento e súplica a Deus.
A Missa de Cinzas não é apenas um rito simbólico, mas um chamado à transformação interior. Durante a homilia, os sacerdotes enfatizam a necessidade de conversão, incentivando os fiéis a praticarem a caridade, intensificarem a oração e fortalecerem a disciplina do jejum e da abstinência, práticas recomendadas ao longo da Quaresma.
A liturgia do dia traz leituras que reforçam a importância da reconciliação com Deus e com o próximo. A primeira leitura, retirada do livro do profeta Joel, convoca os fiéis ao arrependimento sincero, enquanto o Evangelho, geralmente extraído do livro de Mateus, ensina sobre o jejum, a esmola e a oração realizados de forma discreta e sem ostentação.
Assim, a Quarta-feira de Cinzas se torna não apenas um ponto de partida para a Quaresma, mas também uma oportunidade para um novo começo na fé, incentivando cada fiel a renovar sua caminhada espiritual em busca da verdadeira conversão.