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DECISÃO: MP exige providĂȘncias imediatas da Prefeitura de Valença e aciona órgãos de fiscalização

A expedição de ofĂ­cio ao MunicĂ­pio de Valença do PiauĂ­, solicitando, no prazo de cinco dias Ășteis

Por Portal Valença News em 07/04/2025 às 09:43:37

Valença do PiauĂ­ (PI) – O Ministério PĂșblico do Estado do PiauĂ­, por meio da 2ÂȘ Promotoria de Justiça de Valença, instaurou de ofĂ­cio uma NotĂ­cia de Fato (NF) para apurar denĂșncias acerca das condições alarmantes do matadouro pĂșblico do municĂ­pio. A medida foi motivada por publicações nas redes sociais, especificamente nos perfis do Instagram das nobres vereadoras @irismoreirapi e @vereadoralivianogueira, que divulgaram imagens e vĂ­deos denunciando o estado precĂĄrio da unidade de abate de animais, destinada ao fornecimento de carne para a população local.

A visita das parlamentares ao matadouro foi realizada no dia 27 de março de 2025, ocasião em que, segundo relataram, foram constatadas diversas irregularidades de ordem sanitĂĄria, ambiental e trabalhista. De acordo com os relatos enviados oficialmente ao Ministério PĂșblico o cenĂĄrio encontrado foi classificado como "totalmente insalubre", expondo riscos iminentes à saĂșde pĂșblica.

As denĂșncias apontam que:

Carcaças de animais estavam expostas ao ar livre, sendo disputadas por urubus e cachorros - O local apresentava fezes e sangue espalhados pelo chão, exalando forte odor -Trabalhadores exerciam suas funções sem o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) - A estrutura fĂ­sica estava deteriorada, sem qualquer condição de garantir a segurança dos profissionais - Os animais estavam sendo abatidos de forma cruel, inclusive a pauladas - Dejetos eram lançados diretamente na calçada e no solo, provocando contaminação ambiental - Havia pessoas trajando o fardamento do local — entre elas, o filho e o irmão do presidente da Câmara Municipal —, porém seus nomes não constavam em portarias nem no Portal da TransparĂȘncia.

Além disso, segundo informado por um veterinĂĄrio presente no local, a Prefeitura de Valença não possui atualmente um secretĂĄrio de Agricultura, e as demandas do setor estão sendo encaminhadas diretamente ao Poder Executivo Municipal, sem a devida supervisão técnica.

As vereadoras justificaram a exposição pĂșblica dos fatos nas redes sociais como um ato de desespero diante da ausĂȘncia de respostas aos diversos requerimentos formalizados na Câmara Municipal.

Diante das evidĂȘncias apresentadas, o Ministério PĂșblico deliberou:

A expedição de ofĂ­cio ao MunicĂ­pio de Valença do PiauĂ­, solicitando, no prazo de cinco dias Ășteis, os seguintes documentos:

  1. Licença ambiental para funcionamento do matadouro - Licença sanitĂĄria expedida pela Vigilância SanitĂĄria local - Nome do responsĂĄvel técnico pelo matadouro, com respectiva inscrição no conselho profissional competente. 2. O encaminhamento da denĂșncia à AgĂȘncia de Defesa AgropecuĂĄria do PiauĂ­ (ADAPI), solicitando inspeção no local, conforme previsto na Lei Estadual nÂș 5.491/2005, com envio de relatório à Promotoria de Justiça e informação sobre eventuais medidas administrativas jĂĄ adotadas (interdição, notificação etc.), no prazo de 15 dias. 3. Pedido de cooperação ao Conselho Regional de Medicina VeterinĂĄria do PiauĂ­ (CRMV-PI), para realização de inspeção e envio de relatório em igual prazo.


O despacho, assinado eletronicamente pelo promotor de Justiça PlĂ­nio FabrĂ­cio de Carvalho Fontes em 1Âș de abril de 2025, tem força de ofĂ­cio e deve ser imediatamente encaminhado pela Secretaria da Promotoria aos órgãos citados.

Implicações graves:

A gravidade dos fatos vai além do descaso administrativo. A manutenção de um matadouro nessas condições compromete diretamente a saĂșde pĂșblica, representa risco à segurança alimentar da população, configura prĂĄtica de maus-tratos aos animais, além de potencialmente violar normas ambientais, sanitĂĄrias e de direitos do consumidor.

O Ministério PĂșblico segue acompanhando o caso e poderĂĄ adotar medidas mais severas, inclusive judiciais, caso as irregularidades não sejam sanadas com urgĂȘncia.

A população, por sua vez, aguarda providĂȘncias concretas das autoridades municipais, estaduais e dos órgãos fiscalizadores competentes.







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