Sem comando na Agricultura, gestão municipal deixa produtores rurais em plena estiagem

Valença do Piauí enfrenta um cenário preocupante no campo ambiental, agravado por uma seca verde que compromete a produção agrícola, a qualidade de vida no campo e o equilíbrio ecológico da região. Apesar disso, a cidade segue sem um secretário municipal de Agricultura, fato que escancara a fragilidade da gestão pública local diante de um problema urgente e contínuo.

Em meio à crise, a fala do prefeito – "É uma junção de forças em defesa do meio ambiente. Estamos felizes com o resultado, mas sabemos que o trabalho ambiental é diário e contínuo, então vamos continuar nossa caminhada e pedir sempre a ajuda da população e empenho das nossas equipes" – soa mais como uma tentativa de autopromoção do que como um reflexo da realidade vivida pelos valencianos.

A declaração, embora revestida de otimismo, expõe uma desconexão entre o discurso institucional e a ausência de ações concretas. Como falar em esforço coletivo pela causa ambiental sem sequer garantir o mínimo de estrutura administrativa? O município está há meses sem um titular à frente da Secretaria de Agricultura, pasta estratégica não apenas para o fomento ao setor agropecuário, mas também para a coordenação de políticas públicas de sustentabilidade e enfrentamento da estiagem.

A chamada "seca verde" – quando há presença de vegetação, mas esta não produz devido à escassez de chuvas – tem gerado perdas significativas nas lavouras e levado produtores rurais à beira do colapso. Ainda assim, a Prefeitura permanece inerte, limitando-se a discursos protocolares e ações pontuais que em nada resolvem o drama vivido pelos trabalhadores do campo.

A população, cansada de promessas, exige planejamento, execução de políticas públicas eficientes e, sobretudo, respeito. A ausência de um secretário de Agricultura revela o descaso com o desenvolvimento sustentável e compromete, diretamente, a segurança alimentar e a economia local. Enquanto o meio ambiente clama por socorro e os agricultores enfrentam dias cada vez mais difíceis, a gestão municipal insiste em ignorar o óbvio: a pauta ambiental não pode ser tratada como mera vitrine política. É preciso comprometimento real, equipe técnica atuante e uma liderança que vá além das palavras ensaiadas diante dos holofotes.

A esperança da população de Valença do Piauí é que a retórica ambientalista dê lugar à ação concreta, antes que os efeitos da negligência administrativa se tornem irreversíveis.