Neste 1º de Maio de 2025, o Dia do Trabalho nos convida mais uma vez à reflexão. Não apenas para homenagear os que constroem o presente com seu esforço diário, mas também para olhar com atenção crítica para as transformações profundas que estão moldando o futuro das relações de trabalho.
Vivemos uma era marcada pela aceleração tecnológica, pela inteligência artificial e pela automação. Funções desaparecem, novas profissões surgem, e outras tantas são reinventadas. O trabalho remoto, que se consolidou em muitos setores após a pandemia, agora divide espaço com modelos híbridos e novas formas de contratação. A flexibilidade, que deveria ampliar a qualidade de vida, muitas vezes tem vindo acompanhada de insegurança e precarização.
Enquanto isso, milhões de trabalhadores seguem à margem dos avanços. No Brasil e no mundo, informalidade, desemprego estrutural e desigualdade são feridas abertas que nenhuma inovação é capaz de esconder. A dignidade do trabalho ainda é um privilégio para poucos, quando deveria ser um direito de todos.
É também neste cenário que ressurge a importância da organização coletiva, da negociação justa e de políticas públicas voltadas para a valorização do trabalho humano. O 1º de Maio não é uma data de festa, mas de resistência, luta e memória — das greves históricas aos novos movimentos que hoje se organizam em plataformas digitais.
Neste Dia do Trabalhador, não basta apenas celebrar. É preciso agir. Precisamos garantir que as inovações tecnológicas não sejam ferramentas de exclusão, mas pontes para um futuro mais justo. Um futuro em que trabalhar signifique não apenas sobreviver, mas viver com dignidade, saúde e reconhecimento.
O desafio é grande, mas a história mostra que cada conquista trabalhista nasceu da coragem de quem ousou acreditar em algo melhor. Que neste 1º de Maio, sejamos também parte dessa construção.