O comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Piauí, coronel Scheiwann Lopes, anunciou na manhã desta segunda-feira 09/06 que todos os suspeitos envolvidos no violento arrastão ocorrido na madrugada de sábado 07/06, no bar Temis Beer, localizado na zona Sul da capital, já foram plenamente identificados. Segundo informado pelo oficial, trata-se de indivíduos com extensa ficha criminal e histórico de reincidência, muitos dos quais já haviam sido presos anteriormente, mas atualmente encontram-se em liberdade.
O ataque coletivo, que gerou pânico entre clientes e funcionários do estabelecimento, foi realizado por um grupo altamente perigoso, composto por criminosos com passagens por diversos delitos graves. Entre os envolvidos, há registros de participação em operações policiais de grande repercussão, como a Operação Ouro Sujo , deflagrada em 2023 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas. Um dos acusados também é apontado como autor da morte de um sargento da própria Polícia Militar, crime que cometeu mesmo estando ferido — fato que não o impediu de participar novamente de ações violentas.
Outro integrante do grupo tem menos de 18 anos e é irmão de um criminoso que foi abatido durante confronto com o Batalhão de Policiamento em Áreas Industriais (BEPI). Ainda segundo o comandante, há ainda outro elemento com antecedentes por tráfico de drogas, receptação e porte ilegal de arma de fogo.
Apesar da gravidade do episódio e do armamento utilizado pelos assaltantes, o comandante destacou que nenhum cliente ou funcionário foi ferido durante a ação. No entanto, ele alertou que o risco de tragédia foi iminente. "A situação poderia ter terminado em uma catástrofe. Eles chegaram armados, renderam todos e agiram com brutalidade", afirmou.
Scheiwann Lopes também comparou o caso com outro recente ocorrido na cidade: o assassinato de um comerciante durante um assalto no bairro Promorar. Embora as circunstâncias sejam distintas, o comandante ressaltou que a natureza das ações criminosas revela um padrão preocupante de violência. "Infelizmente, estamos lidando com criminosos cada vez mais ousados e despreparados para qualquer tipo de negociação. Em ambos os casos, o potencial para morte era real", observou.
Ao final da declaração, o comandante manifestou sua insatisfação com o sistema penitenciário e judiciário, criticando a reincidência criminosa decorrente da soltura frequente de indivíduos com histórico violento . "Fazemos o nosso papel com rigor e eficiência, identificamos e prendemos essas pessoas, mas elas rapidamente retornam às ruas e continuam cometendo crimes. Isso compromete a segurança da população e desgasta a credibilidade das instituições", concluiu.
A Polícia Militar informou que segue empenhada nas investigações e que trabalha em parceria com a Polícia Civil para a prisão dos envolvidos no arrastão. Autoridades estaduais reafirmaram o compromisso com a ordem pública e a necessidade de políticas públicas mais robustas para conter a onda de criminalidade na capital.